Ao Papa Francisco, o misericordioso, o nosso melhor e mais largo sorriso de grato amor
Leia o que a professora, advogada e jurista, Roberta Coelho de Souza escreve neste portal

O que eu conheço de Francisco.
Pouco, muito pouco. Nunca o toquei ou beijei a sua mão.
Quando ele adoeceu, eu pedi pela internet a sua biografia, mas confesso que ainda não li.
Apenas o vi de longe, às vezes, no Papa Móvel, às vezes na cadeira de rodas, e muitas vezes, rodeado pelos Cardeais com quem trocava palavras rápidas, sorrisos largos e abraços. É bem verdade que alguns só levavam um meio sorriso e um tapinha nas costas.
Assisti à missa do Papa Francisco no dia de São Francisco de Assis. Como explicar esse encontro?
Francisco era filho de Deus como todos nós, mas era um filho grande, o mais velho, que cuida dos irmãos novos como pai. Tal conduta ocupava o espaço por onde ele passava com a sua presença simpática e radiante. Seus olhos tão brilhantes, cheios de alegria e fé constrangiam qualquer antipatia ou tristeza.
Uma das missões melhor cumprida pelo Papa Francisco foi demonstrar a alegria do Cristão.
Francisco foi o servo dedicado e entregou-se à sua Páscoa somente após a Páscoa do Senhor, o fez no Dia de Roma, 21 de abril, feriado (certamente a ele pareceu uma saída discreta).
Entregou seu pontificado no ano Jubilar, depois de vivenciar a paixão, morte e ressureição sem deixar os católicos na expectativa de seu sorriso e, após se certificar, mais uma vez, que todos proclamassem que amamos um DEUS VIVO!
Deixou milhares de pessoas em busca de santidade e outros, logo ali, prontos para tomarem seus lugares nos altares e serem intercessores em questões prementes como a juventude e a internet. Falo de Carlo Acutis, o futuro santo de calças jeans, com data de beatificação já marcada para 29 de abril de 2025. Francisco misericordioso, providente e clarividente, cuidou de organizar as finanças do Vaticano, incluir as mulheres em funções administrativas e, especialmente, orientar o corpo da igreja, que somos nós, sobre o uso indevido da tecnologia, do clima, sobre as guerras e a fome, todos problemas complexos, mas igualmente rogava diretamente a Deus terna e insistentemente pela dor solitária das mães que perderam seus filhos, pelos idosos e doentes, experiência que se tornou sua imerecida penitência na última quaresma.
Nosso Pontífice carregou em suas costas uma pandemia, julgamentos, fofocas, cobranças, pedidos de providências, respondendo a tudo objetivamente e finalizava com um pedido: Rezem por mim. Sempre entendi isso não como um pedido de socorro ao seu corpo ou à sua alma, mas como um declínio de competência da solução ao Espírito Santo de Deus.
Sua vida de piedade e amor foram imitação de Cristo, tal como deve ser a vida do cristão. Sabemos que os pedidos do seu dócil coração, ele colocava embaixo da imagem de São José Dormindo, sua gratidão e docilidade vinham de uma intimidade profunda com Maria Santíssima, fazendo com que ele tenha pedido para que a Igreja de Santa Maria Maggiore seja o colo de seu descanso eterno.
Meu coração, que ao ver o abatimento do Papa Francisco, aos poucos, foi se despedindo, hoje está chorosamente pacificado, com a certeza de que Deus o receberá em sua eterna Glória com um olhar piedoso e grato como sempre foi o dele às ovelhas, inclusive as perdidas.
Para o Conclave que virá, proclamemos a Oração ao Espírito Santo:
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor.
Ao Papa Francisco, o misericordioso, o nosso melhor e mais largo sorriso de grato amor.
Por Roberta Coelho de Souza